domingo, 29 de abril de 2012

MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS

“A Europa já não lidera a marcha da história nem lhe cabe o protagonismo determinante no palco das grandes decisões mundiais” (Carneiro, 1994: 3).
Segundo Carneiro (1994: 4)os principais componentes de uma volátil contemporaneidade podem seriar-se:
a) a globalização da economia;
b) os limites da economia de mercado;
c) a intensa terciarização do tecido produtivo;
d) a escassez de postos de trabalho como fenómeno persistente e autónomo;
e) a rápida mudança da natureza e do conteúdo das estruturas;
f) a elevação acentuada das taxas de atividade feminina que vai de par com a queda da fecundidade e da natalidade;
g) diminuição da poupança – privada e pública;
h) o colapso dos valores comportamentais das lideranças;
i) O contraste entre os valores económicos.
Ainda segundo Carneiro (1994: 7), “a educação deixa de ser encarada como instrumento para adquirir o estatuto de finalidade nobre do desenvolvimento, ou seja, é valor superlativo de humanidade e de civilização.”, por outro lado diz-nos “os ricos no seu seio dificilmente se podem sentir felizes quando rodeados por um quadro de degenerescência humana ou então aprisionados no interior das suas cidadelas residenciais, conspicuamente policiadas e protegidas como se se tratasse de fortalezas inexpugnáveis .”
Os governos dos vários países da OCDE deviam ter como prioridade educativa de forma a haver um compromisso social em todos os setores de uma sociedade. Deste modo pondera-se “medir a sinceridade das políticas sociais” e “separar as águas entre o neo-liberalismo económico puro, por um lado, e as estratégias económicas que preservam um rosto humano e uma preocupação solidária, por outro.” (Carneiro, 1994: 8).
A sociedade devia ter como triologia “Aprender a viver juntos, aprender a aprender juntos e aprender a crescer juntos”.
Existem três tipos de sociedade, elas são o Risco, a Ativa e a Educativa.
A Sociedade do Risco consiste em “formas de trabalho flexíveis e precárias pressupõem um modelo de educação menos tutelado e mais autónomo, menos homogéneo e mais diverso e plural.” (Carneiro, 1994: 10).
A Sociedade Ativa caracteriza-se por “repensar o modelo educativo do passado que assentou na estanquicidade sequencial dos tempos humanos e discernir um modelo do futuro em que toda a etapa da vida humana compreende, em proporções variáveis, elementos de cada um desses três tempos.” (Carneiro, 1994: 11).
A Sociedade Educativa, o professor é visto como um agente de mudança e facilitador de aprendizagens. Este tipo de sociedade segundo Carneiro (1994: 11) apresenta um “o sistema educativo concilia a educação básica de qualidade para todos, a equidade e a igualdade de oportunidades, a justiça social, e o processo indispensável de formação e renovação de elites culturais pela multiplicação dos centros de excelência nos mais variados setores de pensamento de fronteira.”
Podemos então questionar: Quais das sociedades têm mais “peso” na sociedade atual? Qual a direção a seguir?








Bibliografia:
Carneiro, Roberto (1994). A evolução da economia e do emprego. Novos desafios para os sistemas educativos no dealbar do séc. XXI

MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS


Hoje, a educação está numa sociedade da “liberalização dos movimentos de capitais, independentemente das fronteiras nacionais” (Canário, 2006:29). Por outro lado, “retirou aos Estados nacionais a capacidade de controlarem os fluxos no interior e com o exterior das suas fronteiras, reduzindo a sua acção a um estatuto marginal, o que não significa, necessariamente, pouco importante.” (Canário, 2006:29).
Nesta perspectiva surgiu uma mercantilização da educação, onde as “modalidades de segregação escolar, por via de escolhas parentais e de mecanismos de selecção dos alunos, ou pela atribuição a entidades privadas da prestação de serviços educativos até agora internos aos serviços públicos” (Canário, 2006:30)
O sistema mundial devia deixar claro o processo de construção de novas de jogo, face ao contexto actual em vivemos e projectamos viver.
Segundo Charlot (2005) citado por Canário (2006:31) a educação surge como uma mercadoria, isto é, “como um processo de produção para o mercado de trabalho de indivíduos “empregáveis”, “flexíveis”, “adaptáveis” e “competitivos”.
Podemos questionar: Será que desapareceu a perspectiva do pleno emprego?
A escola não pode continuar a exercer a sua função de igreja de uma “religião cívica” que fabricaria bons cidadãos Canário (2006:31).




Bibliografia:
Canário, Rui (2006). A Escola e a Abordagem Comparada. Novas realidades e novos olhares. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 1, pp. 27-36